Terça, 24 de Junho de 2025

Live-action de “Como Treinar o Seu Dragão” estreia com força e emociona fãs antigos e novos

Fiel à animação original, o filme aposta em atuações marcantes, visual encantador e sensibilidade na narrativa para conquistar o público e garantir um voo seguro nas bilheteiras mundiais.

Rubion Torres
Por: Rubion Torres
14/06/2025 às 15h22 Atualizada em 14/06/2025 às 15h41
Live-action de “Como Treinar o Seu Dragão” estreia com força e emociona fãs antigos e novos

 

O desafio de adaptar um clássico amado

A era das adaptações live-action segue a todo vapor em Hollywood, mas junto dela cresce também a desconfiança dos fãs. Muitos remakes, mesmo com orçamento alto, parecem vazios ou sem alma. E quando a Universal anunciou o live-action de Como Treinar o Seu Dragão, o receio era claro: por que refilmar uma história que ainda pulsa forte na memória coletiva?

Lançado oficialmente em 13 de junho de 2025, o novo filme surpreende por não tentar reinventar, mas sim reviver, com respeito e sensibilidade, tudo o que tornou o original tão especial.

Direção com DNA original: Dean DeBlois de volta ao comando

O longa é dirigido por Dean DeBlois, o mesmo responsável pela trilogia animada da DreamWorks. E isso faz toda a diferença: sua condução não se perde em firulas ou tentativas de modernizar à força o que já funciona.

Ao invés disso, ele entrega um filme visualmente encantador, emocionalmente maduro e com uma fidelidade que não soa rígida, mas carinhosa.

Soluço, Banguela e a força do elenco

O filme mantém a estrutura original: Soluço, um jovem viking deslocado, conhece e salva Banguela, um dos dragões mais temidos. A partir disso, nasce uma amizade improvável que desafia a tradição de sua vila, onde dragões são vistos como inimigos mortais.

No live-action, Mason Thames entrega um Soluço carismático e vulnerável. Ao seu lado, Nico Parker (The Last of Us) transforma Astrid em uma personagem mais densa, com motivações próprias e emocionalmente acessível.

Gerard Butler retorna como Stoico, o pai de Soluço, com uma performance que mistura dureza e afeto — um dos grandes trunfos emocionais do filme. A relação entre pai e filho, aliás, ganha ainda mais espaço e camadas nesta versão.

Visual deslumbrante e trilha que emociona

O visual é um espetáculo à parte. A produção mescla locações reais com efeitos visuais equilibrados, sem cair no realismo exagerado de outros remakes como O Rei Leão (2019). A vila de Berk ganha vida com texturas, cores e atmosfera que reforçam o lado mágico da franquia.

Banguela é uma criação brilhante: expressivo, com gestos felinos e olhar doce. Cenas como o primeiro toque entre ele e Soluço voltam com força renovada, agora encenadas por atores reais — e funcionam lindamente.

A trilha sonora original de John Powell retorna com novos arranjos, reforçando os momentos mais emocionantes com nostalgia e sofisticação.

Uma fidelidade que toca sem parecer forçada

Diferente de muitos remakes que se perdem tentando replicar quadro a quadro suas animações, “Como Treinar o Seu Dragão” live-action entende que fidelidade também exige sensibilidade.

O roteiro se permite aprofundar relações, como a de Astrid com Soluço, ou dar mais tempo de tela para coadjuvantes como Melequento e Perna-de-Peixe. Mas mesmo com essas camadas extras, o filme evita exageros e respeita o tom do original.

Há, sim, momentos de déjà vu — falas copiadas palavra por palavra — que podem parecer seguros demais. Mas o cuidado com cada quadro e a entrega emocional do elenco compensam a falta de ousadia.

Crítica final: voo seguro, mas emocionante

O live-action de “Como Treinar o Seu Dragão” é um raro caso de adaptação que entende seu legado e o trata com respeito. Não tenta provar que é melhor. Apenas mostra que ainda vale a pena voltar a voar com Banguela.

Funciona como reencontro para quem ama a trilogia original e como ótima porta de entrada para uma nova geração. Se a nostalgia é o combustível, o capricho é a bússola. E, nesse voo, o destino vale cada minuto.

Aprovação do público e desempenho de bilheteria

Aprovação crítica e dos fãs

  • CinemaScore: A

  • Rotten Tomatoes: 77% de aprovação da crítica especializada

  • Público: nota média de 4,6/5 em sites agregadores

Bilheteria até agora (atualizado em 14/06/2025)

  • Orçamento: US$ 150 milhões

  • Bilheteria mundial até o momento: entre US$ 175 e 185 milhões

  • Bilheteria no Brasil e Índia (dia 1):

    • Índia: R$ 4,88 crores (~US$ 600 mil)

    • Brasil: números ainda não divulgados, mas com sessões esgotadas em várias capitais

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